Abuso sexual contra crianças: psicólogo mostra como identificar sinais

Psicólogo explica impacto em crimes de violência contra crianças A suspeita de violência sexual envolvendo a morte da menina Ana Alice Santos França, de 11...

Abuso sexual contra crianças: psicólogo mostra como identificar sinais
Abuso sexual contra crianças: psicólogo mostra como identificar sinais (Foto: Reprodução)

Psicólogo explica impacto em crimes de violência contra crianças A suspeita de violência sexual envolvendo a morte da menina Ana Alice Santos França, de 11 anos, em Serrana (SP), chama atenção sobre como é possível identificar sinais de que a criança está sendo vítima de algum tipo de abuso. Segundo a Polícia Civil, médicos do hospital onde Ana Alice foi atendida em Ribeirão Preto (SP) encontraram material semelhante a sêmen na região genital dela. A Polícia Civil ainda aguarda a conclusão de laudos do Instituto Médico Legal (IML) que vão determinar se a menina foi ou não vítima de violência sexual e o que levou à morte dela. O principal suspeito do crime é o padrasto da criança. O homem, de 32 anos, foi preso temporariamente no sábado (8) e negou qualquer envolvimento em crime contra a enteada. Recentemente, Ana Alice tinha pedido ao pai para ir morar com ele, mas não relatou problemas. A mãe, com quem ela vivia, contou à polícia que não havia percebido mudanças no comportamento da filha. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp O caso é investigado pela Polícia Civil de Serrana como estupro de vulnerável. A estudante Ana Alice Santos França, de 11 anos, morreu em Serrana, SP Redes Sociais Mudanças de comportamento O psicólogo Marcelo Filipecki afirma que mudanças abruptas no comportamento das crianças são os sinais mais comuns de que alguma coisa não vai bem com elas. “A criança não quer voltar para casa, a criança acaba tendo um comportamento diferente, mais voltado a uma agressividade ou o contrário, ao medo. Sinais físicos, como marcas no corpo, que a gente precisa ficar atento. Na escola, muitas vezes, ela falta, atrasa, desatenção, um humor mais deprimido ou ao contrário, um humor mais ansioso. Sinais que normalmente a criança não tem, ela começa a apresentar. Isso é um bom indicativo.” LEIA MAIS: Doce, educada, religiosa e boa aluna: quem era Ana Alice 'Tiraram o ouro de mim', diz pai de menina de 11 anos morta com sinais de violência sexual De suspeita de suicídio a estupro e assassinato: o que se sabe sobre morte de menina Conversa do jeito deles Segundo Filipecki, meninos e meninas podem querer contar uma situação, mas do jeito deles. É importante que o adulto saiba ouvir e, ao fazer perguntas, dê pelo menos duas opções de respostas para uma melhor sondagem. “A verbalização. É muito importante que a gente escute as crianças. Da maneira delas, elas vão comunicar coisas, então a gente tem que retornar essa comunicação, abrir a conversa de um jeito mais amplo, não fazer perguntas tão diretivas. A gente vai sondando, investigando isso.” Filipecki explica que a criança precisa se sentir segura ao conversar com o adulto sobre o que a incomoda, por isso o acolhimento é fundamental. “Até porque a criança obviamente está assustada, impactada, então a gente tratar com acolhimento é fundamental. Um acolhimento sensível para que ela entenda essa segurança, esse vínculo de segurança com a gente.” Abuso sexual infantil Arquivo Pessoal Ajuda especializada Ao identificar o problema, o psicólogo orienta à família buscar ajuda especializada, que envolve profissionais como médicos e terapeutas. Segundo Filipecki, a falta da atenção necessária pode impactar a vida da vítima de diferentes formas. “Tudo isso tem um desdobramento enorme na vida da criança e vai acompanhá-la durante muitos anos. Acaba tendo um impacto social também porque isso acaba gerando uma possível transferência de comportamento. O que a gente quer dizer com isso? Se não tratar, se não cuidar adequadamente, essa criança pode reproduzir um comportamento violento no futuro, seja socialmente seja com o próprio parceiro ou parceira. Ela precisa de intervenção para evitar tudo isso.” Além da atenção especializada, as autoridades devem ser comunicadas sobre crimes. Denúncias podem ser feitas à Polícia Militar, à Polícia Civil, ao Conselho Tutelar e pelo Disque 100. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região