Dezembro Vermelho reforça prevenção e combate ao preconceito sobre HIV em Sorocaba

Sorocaba oferece testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites durante todo o ano Dezembro Vermelho é o mês dedicado à conscientização sobre o HIV e outr...

Dezembro Vermelho reforça prevenção e combate ao preconceito sobre HIV em Sorocaba
Dezembro Vermelho reforça prevenção e combate ao preconceito sobre HIV em Sorocaba (Foto: Reprodução)

Sorocaba oferece testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites durante todo o ano Dezembro Vermelho é o mês dedicado à conscientização sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. A campanha reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do combate ao preconceito. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 68 mil pessoas vivem com HIV ou aids no Brasil. O país já eliminou a transmissão do vírus de mãe para filho durante o parto, mas ainda é necessário falar sobre outras formas de contaminação e, principalmente, sobre a importância do tratamento. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O HIV é o vírus da imunodeficiência humana, que ataca o sistema imunológico e torna o organismo mais vulnerável a infecções e doenças. Quando não tratado, pode evoluir para a aids, estágio em que as defesas do corpo estão comprometidas. O preconceito ainda é uma das maiores barreiras enfrentadas por quem convive com o vírus. Muitas pessoas deixam de buscar diagnóstico ou tratamento por medo de discriminação. O ator e palestrante Rafael Bolacha é uma das vozes que defendem os direitos dessas pessoas. "Estamos em 2025 e a gente ainda é negado no seguro de vida de uma empresa. Nos deparamos com todas qualificações, graduações, pós-graduações, idiomas e não somos chamados para uma entrevista de emprego. É 2025, a ciência evoluiu tanto, tomamos comprimidos, temos informações de indetectável, mas as pessoas ainda preferem se ausentar do tema, se silenciar em relação a isso ao invés de evoluir da mesma maneira que a ciência tem feito", desabafa. Há algumas décadas, jornais e revistas tratavam o tema de forma equivocada, associando a aids a uma “doença de homossexuais”, o que a ciência já comprovou ser falso. A desinformação ainda impacta o acesso à prevenção e ao tratamento. Há algumas décadas, os jornais e revistas tratavam o assunto de forma equivocada Reprodução/TV TEM "Era uma década um pouco mais silenciosa, estamos vivendo em um silêncio novamente com poucas oportunidades de falar sobre, mas naquela época vínhamos de um silêncio de histórias, era uma referência muito atrasada", conta Rafael. "Era um período que estava ligado ao sofrimento, a uma outra realidade. Essa era a referência que eu tinha, então vinha com um pouco de medo, com muita insegurança do que ia ser, como ia viver com HIV. Mas através do conhecimento, a gente descobre o básico, se cuidando e tendo informação, a minha vida é completamente plena e realizada", completa. Para aproximar os jovens do conhecimento, palestras são realizadas em todo o estado, em uma ação do projeto “saúde, informação e cidadania”, parceria entre o Senac e a Agência de Notícias da Aids. A jornalista e idealizadora do projeto, Roseli Tardelli, estampa o livro que os jovens receberam. Ela começou a trabalhar com o assunto depois de perder um irmão "para o HIV", na década de 1990. Roseli Tardelli estampando livro sobre o tema Reprodução/TV TEM "Hoje nós temos novas tecnologias de prevenção. Temos a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e A Profilaxia Pós-Exposição (PEP), e o importante é que a informação chegue antes que a HIV entre no role dessa moçada, porque o HIV está no mundo e não falamos de prevenção. Não temos que falar apenas no Dia Mundial da Aids ou no Carnaval, temos que falar sempre de prevenção", explica a jornalista. O infectologista Jaime Saudajá acompanhou muitas histórias de pessoas com HIV e, segundo o médico, a transmissão é, em muitos casos, sexual, mas também pode acontecer de outras formas, como por exemplo pelo compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. HIV e Aids, qual a diferença? Reprodução: Tem Notícias 1 HIV e aids não são a mesma coisa. O primeiro é o vírus, que ataca o sistema imunológico do paciente. Já a aids é a condição de saúde causada pela infecção do HIV, quando chega a um estágio avançado. Uma pessoa pode estar infectada pelo HIV mas, não necessariamente, apresentar sintomas ou desenvolver aids. "O HIV é um vírus que, se não controlado, pode levar a aids é uma síndrome grave que pode matar muita gente, e já matou muita gente desde que o vírus foi descoberto, no final da década de 1980. Hoje em dia, quando fazemos o diagnóstico, pedimos alguns exames para ver se o paciente tem alguma disfunção renal, hepática, para ver se podemos entrar com o esquema habitual. O esquema habitual é composto por duas medicações, mas com o passar do tempo conseguimos reduzir para um comprimido", conta o doutor. Com o avanço da ciência, da medicina e de um trabalho de conscientização da sociedade, o cenário para uma pessoa com HIV hoje em dia é bem diferente de anos atrás. A mortalidade por aids tem diminuído, segundo o Ministério da Saúde, mas ainda é muito importante se cuidar. O primeiro passo para um acompanhamento adequado e para a melhora na qualidade de vida é o diagnóstico. Em Sorocaba (SP), segundo informações da Secretaria de Saúde, de janeiro até o início de deste mês, mais de 200 pessoas testaram positivo e passaram a fazer o tratamento. O tratamento é oferecido de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e os moradores de Sorocaba podem realizar os testes rápidos o ano todo. A testagem é para HIV, Sífilis, Hepatites B e C. O Centro de Testagem (CTA) fica na R. Manoel Lopes, número 220 e funciona de segunda a sexta, das 7h às 15h30, mas nas quartas funciona até as 19h. Informação e prevenção salvam vidas Foto: Banco de Imagens Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM