Hospital do interior de SP cria ‘mercadinho’ para crianças em tratamento e ensina nutrição e finanças com guloseimas
Hospital cria ‘mercadinho’ para crianças e ensina nutrição e finanças com guloseimas O Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú (SP), criou um "mercadinh...
Hospital cria ‘mercadinho’ para crianças e ensina nutrição e finanças com guloseimas O Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú (SP), criou um "mercadinho" itinerante onde as crianças em tratamento contra o câncer podem escolher guloseimas e, ao mesmo tempo, aprender sobre nutrição e planejamento financeiro. Neste domingo (23), foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, criado para conscientizar sobre a doença e reforçar a importância do diagnóstico precoce. Nesse contexto, a iniciativa do hospital se destaca. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Em Jaú, hospital cria mercadinho para ensinar finanças e nutrição a crianças com câncer Clara Sganzerla/g1 A dinâmica, chamada de “Lanche Divertido”, funciona assim: cada paciente recebe 20 “dinheiros”, que podem ser trocados por chocolates, salgadinhos e outras guloseimas todas as quintas-feiras. Depois de gastar o valor, as crianças precisam fracionar os alimentos para consumi-los durante a semana. É possível gastar tudo em um único doce ou salgado, ou comer tudo de uma vez. Mas, com as orientações da equipe de nutrição do hospital, isso nem sempre acontece. “A escolha acaba sendo livre. Temos salgados e doces, e a criança escolhe o que tem maior aceitação. Mas, claro, fazemos a orientação nutricional. Explicamos que, se for consumir, é importante fracionar durante a semana e não comer tudo ao mesmo tempo”, explica Bianca Pigoli, responsável pela nutrição clínica no HAC. Projeto "Lanche Divertido" é uma forma lúdica de aliviar a rotina do tratamento oncológico em Jaú Clara Sganzerla/g1 O projeto também é parte de educação financeira. Quando o dinheiro acaba, os doces acabam junto. “O paciente tem aquele valor fictício e, quando ele acaba, a compra é finalizada. Se ele deseja algum alimento específico que não pôde comprar, ele já se programa para a próxima semana, sabendo que o valor será destinado àquilo”, completa a nutricionista. Ana Luiza Santos, de 9 anos, veio com a família de Itararé, na divisa com o Paraná, para tratar um sarcoma ósseo. Ela contou que sempre separa o dinheiro antes de escolher os itens, garantindo levar suas guloseimas preferidas. “Peguei dois salgadinhos, um chocolate e um cookie. Vou guardar para comer durante a semana”, disse ao g1. Ana Luiza Santos, de 9 anos, exibe os doces e salgadinhos que comprou no mercadinho do HAC em Jaú (SP) Clara Sganzerla/g1 Auxílio no tratamento Sunamita, mãe de Ana Luiza, deixou tudo na cidade natal para se mudar para Jaú e acompanhar o tratamento da filha. Ela vê a ação como um alívio para a rotina desgastante e até como incentivo para que a menina coma e mantenha o apetite. “Para nós, mães, é um orgulho e uma satisfação. Ela come algo de que gosta, uma ‘bobagenzinha’ preferida. É um motivo a mais para eles continuarem, para enfrentarem mais uma quimioterapia ou uma etapa do tratamento, que é desgastante”, conta. Ações como esta são cruciais para o bom andamento do tratamento, pois ajudam a reduzir o estresse, melhoram o humor e contribuem para que a criança se sinta motivada e acolhida durante o processo. om orientação de nutricionistas, a brincadeira no HAC de Jaú (SP) também vira aprendizado Clara Sganzerla/g1 Larissa Bueno Moreira, médica coordenadora da Oncologia Pediátrica do HAC, explica que as crianças passam longos períodos internadas, afastadas do convívio social e submetidas a procedimentos muitas vezes dolorosos. “O projeto ameniza esses momentos, traz descontração e divertimento. Isso faz parte do cuidado integrado ao paciente: fazer de tudo para que, apesar de uma doença e de um tratamento difícil e cheio de restrições, a gente consiga conduzir da melhor forma”, explica. A atuação conjunta das equipes médica e nutricional também é essencial para o funcionamento do projeto. De acordo com a nutricionista Bianca Pigoli, a participação das crianças é definida caso a caso. “A seleção é baseada na discussão com a equipe. Avaliamos quais pacientes estão aptos e, com o aval dos médicos e da nutrição, eles recebem o mercadinho. Respeitamos as dietas restritivas, mas, em internações prolongadas, eles acabam participando em algum momento. Os pacientes são bem conscientizados e sabem que, se houver alteração na dieta, naquela semana não poderão participar”, explica Bianca. Projeto de mercadinho no HAC de Jaú (SP) une médicos e nutricionistas para garantir a segurança da ação Clara Sganzerla/g1 Hospital Amaral Carvalho O Hospital Amaral Carvalho disponibiliza 100% da sua capacidade para atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e é referência nacional no tratamento oncológico. Anualmente, são atendidos mais de 75 mil pacientes, vindos de todos os estados do Brasil, e realizados mais de um milhão de procedimentos, incluindo quimioterapia e radioterapia. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região