Mães denunciam isolamento e agressões contra filhos autistas em escola de Bebedouro, SP

Famílias de crianças autistas denunciam escola municipal de Bebedouro, SP Mães de crianças autistas procuraram a Polícia Civil para denunciar que os filhos...

Famílias de crianças autistas denunciam escola municipal de Bebedouro, SP Mães de crianças autistas procuraram a Polícia Civil para denunciar que os filhos foram vítimas de maus-tratos na Escola Municipal Prof. Stélio Machado Loureiro, no Centro de Bebedouro (SP). À EPTV, afiliada da TV Globo, Neiva Santos Paes, mãe de um menino de 6 anos, afirmou que descobriu há um mês que o filho era isolado dos colegas e agredido por funcionários. Ele era proibido de participar da aula de leitura, era colocado dentro de uma sala vazia para não incomodar. O que era para ser a sala da inclusão, na verdade, era uma sala vazia. Era levado para o parque às 14h para ficar no parque e não incomodar. Ele era proibido de pegar água para não quebrar a torneira, proibido de comer para não sujar. A cozinheira chegou a jogar tomate na cara do meu filho. Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Como o menino não fala, Neiva conta que desconfiou da situação quando o filho começou a relutar em ir para a escola. Após as agressões virem à tona, a mãe decidiu trocar a criança de unidade. "Ele arrancou o cabelo, chorava demais para entrar na escola. Tinha dia que tinha de vir duas auxiliares para ajudar a tirar ele do carro, porque ele não queria entrar [na escola]." Aline Fernandes foi auxiliar na mesma escola por oito meses e diz ter presenciado as agressões enquanto trabalhava lá. Ele estava sofrendo muita discriminação, maus-tratos. Outras crianças também, agressão física e verbal, onde aquilo começou a me deixar muito triste, falei para o diretor que eu ia falar para a mãe, que eu ia sair, que eu não estava mais aguentando aquele emprego. Fui ameaçada de morte, comecei a passar muita perseguição. Mães denunciam agressões contra filhos autistas em escola de Bebedouro, SP Reprodução/EPTV Investigação Ao menos duas mães registraram boletins de ocorrência, mas elas afirmam que outras crianças autistas eram vítimas. A advogada Kézia Ribeiro, que defende as famílias, destacou que a expectativa dela é de punição aos envolvidos e que esses casos sirvam de motivação para a implementação de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência no município. "A gente já protocolou, na esfera administrativa, o [pedido de] afastamento dos envolvidos. Na esfera penal, a defesa espera pelo oferecimento da denúncia e também espera que esse caso seja o início de uma política municipal que vise a proteção dessas crianças." O que dizem os envolvidos Em nota, a Prefeitura de Bebedouro disse que a Secretaria de Educação abriu um processo administrativo, ouviu os funcionários da escola e encaminhou a documentação a uma Comissão Processante (CP), que vai analisar os casos. Até a última atualização desta reportagem, ninguém da escola havia se manifestado. Escola Municipal Prof. Stélio Machado Loureiro, no Centro de Bebedouro Reprodução/EPTV Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região