Moradores com casas interditadas por explosão no Tatuapé passam a noite na calçada com medo de saques
Vizinho passou a noite na frente de casa após explosão no Tatuapé com medo de saque Vizinhos da casa que explodiu no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de Sã...
Vizinho passou a noite na frente de casa após explosão no Tatuapé com medo de saque Vizinhos da casa que explodiu no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, na noite de quinta-feira (13) passaram a madrugada inteira fora de casa, na calçada, com medo de que seus imóveis fossem invadidos e saqueados. O costureiro boliviano Aníbal Monteiro, que mora com primos em um prédio de dois andares na Rua Francisco Bueno, local da explosão, contou ao g1 que ficou a noite toda na rua após a explosão da casa vizinha, temendo saques às máquinas de costura que usa para trabalhar. Monteiro narrou que ele e as outras duas pessoas que moravam na casa estavam trabalhando por volta das 19h, quando ouviram fortes estouros na casa exatamente em frente a deles. No momento da explosão, estávamos na casa e tudo se espalhou. A gente não sabia o que tinha acontecido. Primeiro, pensamos que fosse um avião que tivesse caído aqui. O costureiro boliviano Aníbal Monteiro, que mora com primos em um prédio de dois andares na rua Francisco Bueno. Rodrigo Rodrigues/g1 Segundo o costureiro, a primeira reação da família foi correr para o quarto para salvar o filho da prima, que tem apenas um mês de idade, e que chorou muito com o forte barulho. "A gente se jogou no chão e ouviu a criança chorar muito. Corremos para ajudá-la, mas, graças a Deus, ela não tem teve nada. Os vidros e janelas se quebraram todos. Também não tem ninguém ferido. A gente tem muitas coisas aqui e estamos preocupados. Então, estamos ficando na rua pra garantir”, contou Moreno. O boliviano disse que mora na casa, que é alugada, há cerca de dois meses. Ele disse que conseguiu entrar no imóvel apenas durante a manhã, com a Defesa Civil, para retirar documentos. “A gente vive com o trabalho e as máquinas que estão aqui na casa. A gente mora e trabalha na casa. É nossa única profissão e sustento”, disse o rapaz. Ele e mais duas famílias de imigrantes bolivianos se revezaram na frente do predinho de três casas durante a madrugada. Casas interditadas na Rua Francisco Bueno, no Tatuapé, Zona Leste, após explosão de depósito clandestino de fogos de artifício. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo e Rodrigo Rodrigues Moradora fala sobre medo de saque em casa interditada no Tatuapé após explosão Outra das desabrigadas é a cozinheira Sandra Souza. Ela mora na rua Francisco Bueno há duas décadas e também teve a casa interditada na via, por conta da explosão. Sandra narrou que a prefeitura ofereceu um albergue pra ela, mas que, por ora, essa possibilidade está descartada. Ela está procurando um quarto em que possa acomodar seus pertences. Essa noite os nóias já apareceram querendo pegar as nossas coisas. Se não fosse a polícia, tinham levado tudo. Tenho tão pouco e não posso deixar pra trás. No albergue [que a prefeitura ofereceu], só pode ir com uma mala. Não posso deixar as coisas simplesmente pra trás. Tô procurando um quarto que possa levar as minhas coisinhas, pra não me saquearem. Apesar da preocupação dos moradores, há uma forte presença da polícia na rua Francisco Bueno. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) está no local desde a noite desta quinta (13), dando apoio aos socorristas e membros da Defesa Civil. Os moradores das 23 casas que estão interditadas particial ou completamente querem que a Defesa Civil autorize que eles peguem as coisas lá dentro. "Quero que eles me liberem pra pegar minhas coisinhas mais importantes pra poder levar pra algum lugar. Pegar minha televisão, o videogame dos meus netos e algumas coisinhas que podem ser roubadas pelos noias", afirmou Sandra.