PF aponta diretor do Saae de Sorocaba em esquema de propina e fraudes em contratos que somam R$ 194 milhões

Saae de Sorocaba (SP) Divulgação/Saae A investigação da Polícia Federal que apura um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos na Prefeitura de...

PF aponta diretor do Saae de Sorocaba em esquema de propina e fraudes em contratos que somam R$ 194 milhões
PF aponta diretor do Saae de Sorocaba em esquema de propina e fraudes em contratos que somam R$ 194 milhões (Foto: Reprodução)

Saae de Sorocaba (SP) Divulgação/Saae A investigação da Polícia Federal que apura um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos na Prefeitura de Sorocaba (SP), na qual o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) é apontado como líder, aponta que o esquema também envolveu o Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Município de Sorocaba (Saae). A PF, dentro das ações que levaram ao afastamento do prefeito Manga, cita fraudes em contratos de R$ 194 milhões do Saae. A investigação também aponta que o diretor da instituição teria recebido propina no esquema de corrupção. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O Saae é citado na investigação em três frentes principais. Uma delas fala sobre o suposto pagamento de propina ao diretor-presidente, o envolvimento de empresas contratadas pela autarquia em acertos ilícitos, com entradas na contabilidade paralela mantida por Josivaldo de Souza, cunhado de Manga, e a influência do empresário Marco Silva Mott em seus ex-diretores. Glauco Enrico Bernardes Fogaça, atual diretor-presidente, foi um dos agentes públicos listados na contabilidade paralela de propinas ("SAÍDAS") encontrada no celular do investigado Josivaldo Batista de Souza, bispo evangélico e cunhado de Manga, preso pela PF em 6 de novembro, na segunda fase da operação. A PF encontrou anotações de dois pagamentos destinados a "GLAUCO", totalizando R$ 65 mil. Entenda a relação entre o prefeito Rodrigo Manga, apontado como líder de organização criminosa, e outros investigados pela PF Mais de 3 mil depósitos: transações mostram movimentação de R$ 11 milhões entre investigados na operação da PF em Sorocaba Veja nomes com os quais o prefeito não pode ter contato O que foi apreendido na Operação Copia e Cola Organização alvo da PF já recebeu R$ 123 milhões em contratos Esposa de Manga também é investigada por operação da PF 'Contabilidade paralela' é identificada em celular de cunhado de Manga A investigação relaciona este pagamento ao fato de Glauco Fogaça ter compartilhado documentos sigilosos de processos licitatórios do Saae com Josivaldo, incluindo arquivos digitais de um processo licitatório da autarquia. A PF considerou que os pagamentos ilícitos a "GLAUCO" eram referentes ao diretor-presidente do Saae. Rodrigo Manga abraça o cunhado, Josivaldo Batista, durante evento em igreja evangélica Redes Sociais/Reprodução Milhões em contratos A contabilidade paralela de Josivaldo também registrou repasses supostamente ilícitos de duas grandes empresas que mantêm contratos milionários com o Saae, indicando "indícios de crimes antecedentes". A empresa Eteng Engenharia e Serviços Ltda., que aparece na contabilidade paralela como "ETENG", que possui contrato com o Saae para serviços de manutenção e reparos de pavimentos asfálticos, recebeu da autarquia mais de R$ 72,6 milhões entre 2018 e 2025. A contabilidade paralela registrou R$ 553,8 mil em lançamentos para "ETENG". A empresa Única Sorocaba Vigilância e Segurança Patrimonial Ltda. ("PRET"), que recebeu do Saae mais de R$ 122 milhões entre 2014 e 2025, é ligada a Fernando Francisco Prette. A investigação encontrou um envelope com dinheiro em espécie contendo a inscrição "Prett" na residência de Josivaldo, durante ação da PF. Contrato pós-operação Conforme a PF, mesmo após a Operação Copia e Cola, em 10 de abril de 2025, a autarquia firmou um novo contrato emergencial com a Única Sorocaba Vigilância em 17 de junho de 2025, para prestação de serviços de controle e operação de portarias. O Saae também prorrogou um contrato de R$ 14,6 milhões com a Eteng Engenharia em 25 de agosto de 2025, também após a operação da PF. O contrato original foi prorrogado por mais 12 meses. O empresário Marco Silva Mott, apontado como o operador do esquema e amido do prefeito Rodrigo Maganhato, também utilizava seu acesso privilegiado para agendar reuniões com servidores do Saae. A investigação cita pelo menos dois nomes, além de Glauco. Polícia Federal aponta Rodrigo Manga como líder de organização criminosa O que dizem os citados A Prefeitura de Sorocaba informou na quarta-feira (19) que não foi oficialmente notificada sobre qualquer denúncia relacionada ao caso. Já o Saae afirmou que todos os contratos celebrados “seguiram rigorosamente os procedimentos legais, em conformidade com a legislação vigente”. Ninguém da empresa Eteng Engenharia foi localizado para comentar as informações que constam no relatório da PF. A empresa Única Sorocaba Vigilância e Segurança Patrimonial não se manifestou até a publicação da reportagem. Glauco Enrico Bernardes Fogaça também não se manifestou. Linha do tempo da operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na saúde de Sorocaba (SP) Arte g1 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM